Estado prepara entrega do Habitacional Santo Antônio para 400 famílias em Belém
Obra retomada pelo Governo do Pará foi concluída e, neste sábado (27), famílias recebem as chaves da tão sonhada casa no bairro da Terra Firme
26/09/2025 às 12h11
Por: André SilvestreFonte: Secom Pará
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Foto: Divulgação
A Seop garantiu diálogo permanente com moradores para esclarecimentos de dúvidas e um processo de mudança tranquilo
Os moradores da área do antigo curtume, no bairro da Terra Firme, em Belém, receberão a partir deste sábado (27) as chaves de um lar no Habitacional Santo Antônio. Iniciada em 2008, há 17 anos, a obra foi retomada na gestão do governador Helder Barbalho, que garantiu o pagamento do auxílio moradia até a entrega das residências. O que antes era um local com moradias vulneráveis, agora será um espaço com qualidade de vida e dignidade para 400 famílias.
Milza Diniz, uma das assistentes sociais da Secretaria de Estado de Obras Públicas (Seop), responsável pelo trabalho de suporte às famílias, que moravam na área, traça uma linha do tempo do remanejamento até a construção das unidades habitacionais que fazem parte do Saneamento Integrado da Bacia do Tucunduba. Desde 2019, o projeto garante mais infraestrutura à população dos bairros da capital paraense.
Antiga área do curtume na Terra Firme virou um lixão a céu aberto, até que a atual gestão do governo estadual assumiu a obra
“O antigo curtume era ocupado por famílias em situação de vulnerabilidade, vivendo em casas de madeira ou alvenaria sem saneamento e água potável, com energia clandestina. Para que a obra fosse possível, algumas pessoas receberam indenizações e outras passaram a viver com auxílio moradia, aguardando as novas unidades habitacionais. É um processo que envolve negociações e acompanhamento social com os moradores”, explica Milza Diniz, da Seop).
Ela lista os desafios até a tão aguardada entrega da obra dos 25 blocos de unidades habitacionais, destacando o trabalho do Governo do Estado para minimizar ao máximo os impactos da espera pelas moradias.
“A Seop foi além dos serviços estruturais. Trabalhamos para superar a desconfiança dos moradores, garantir as indenizações e auxílios, fazer com que a transição para o novo habitacional trouxesse dignidade e não apenas uma mudança de endereço. Não se tratava apenas de entregar os apartamentos, mas de promover uma mudança cultural e comunitária”, enfatiza a assistente social, Milza Diniz, da Seop.
Raimunda Aguiar recorda os tempos difíceis de moradia e agora sorri tranquila na véspera de receber as chaves da casa própria
A família da dona de casa Raimunda Aguiar, de 50 anos, é uma das que receberão os apartamentos com sala de estar, sala de jantar, cozinha, área de serviço, banheiro e dois quartos. Depois de enfrentar anos em condições difíceis, ela se prepara para receber as chaves da nova casa.
“Antes, quando eu morava no curtume, não havia energia regular, nem água encanada. Tudo era clandestino. Minha casa era no chão, sem piso, sem banheiro, sem lugar adequado nem para tomar banho e fazer as necessidades. Era bem difícil. Eu perdi muita coisa por causa de tanta mudança pra lá e pra cá nesses anos de luta e medo de perder o direito à nossa casa”, lembra Raimunda Aguiar.
Processo de construção do Habitacional Santo Antônio na antiga área do curtume no bairro da Terra Firme em Belém
Raimunda Aguiar não esconde a alegria e a ansiedade para receber o seu apartamento próprio, gratuito, sem a necessidade do pagamento de parcelas. “A expectativa é grande de que esse apartamento esteja como nos meus sonhos, um local bom para viver, por que é próximo da feira, escola e transporte. Fui uma das contempladas para colocar o pé na minha nova casa e poder dizer: “isso aqui é meu!”. Ninguém vai chegar e falar que eu tenho que sair porque atrasou o aluguel. Quero que não seja só uma mudança de casa, mas também de vida”.
A servidora Milza Diniz destaca que, após a entrega do Habitacional Santo Antônio, serão feitas diversas capacitações com os moradores para a preservação patrimonial e sanitário-ambiental. O local também conta com uma área de convivência composta por parquinho, academia, atendimento, sala de reunião, auditório, depósito, banheiros, copa e escritório administrativo.
Assistente social há quase três décadas, Milza Diniz destaca a sensação em ver os blocos levantados, revelando um espaço com moradia segura e confortável, que resultará em estabilidade e bem-estar social.
“A Seop vai realizar trabalhos educativos, fazendo com que o habitacional não seja só um espaço físico, mas de fato um lar para todos. E o meu sentimento em ter participado desse processo é de gratidão, um privilégio em poder fazer parte dessa história. Conhecemos de perto a realidade daquelas famílias, vimos crianças crescerem nesse período e agora temos a alegria em ver que eles receberão a sua casa com dignidade. É uma honra fazer parte de tudo isso”, finaliza a servidora pública.
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