Em pronunciamento nesta quarta-feira (9), o senador Plínio Valério (PSDB-AM) afirmou que vai acompanhar de perto o uso do dinheiro do Fundo Amazônia, após a Alemanha e a Noruega, passado o processo eleitoral brasileiro, informarem que retomarão as doações ao Brasil.
Ao justificar a sua postura, Plínio lembrou que os recursos não são bem empregados e beneficiaram apenas 167 mil pessoas que vivem na região, num universo de 25 milhões de habitantes.
Esses dados, disse o senador, constam em Nota Técnica do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e se referem ao uso de dinheiro do Fundo Amazônia relativo aos anos de 2008 a 2019.
O senador citou que nesse período foi doado ao fundo US$ 1,28 bilhão. Uma organização não governamental, disse, recebeu US$ 16 milhões para o fortalecimento da gestão territorial e ambiental de terras indígenas. Uma outra, de acordo com ele, recebeu US$ 31,6 milhões para dois projetos em unidades de conservação.
— Não foi falta de dinheiro. É um dinheiro mal empregado. É isso que eu quero acompanhar de perto. Por isso, que eu pedi e estou cobrando ainda a instalação da CPI das ONGs, para investigar essa gente — defendeu.
Apesar de se dizer um crítico do fundo, Plínio reconheceu que a liberação do dinheiro é importante, por se tratar de um investimento não reembolsável em ações de monitoramento, prevenção e combate ao desmatamento e de conservação do uso sustentável dos recursos da região.
O senador ponderou, no entanto, que, além de dinheiro, é preciso ouvir atentamente o que tem a dizer a população da Amazônia.
— Enquanto não ligar para o homem que tá deitado, caído, quedado, humilhado, sem dignidade, não se pode manter uma floresta em pé. Não existe meio ambiente preservado sem você preservar o ser humano. Na Amazônia, o homem da floresta não tem condição de comprar óleo, açúcar e sal, porque não tem renda — lamentou.
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