Participantes de audiência pública na Comissão de Cultura da Câmara dos Deputados cobraram a qualidade do ensino de cultura afro-brasileira nas escolas. Apesar de ser lei, falta formação para professores incluírem em suas disciplinas as contribuições africanas e negras na nossa cultura, segundo os especialistas ouvidos.
A coordenadora do Laboratório de Estudos Africanos do Instituto de História da Universidade Federal do Rio de Janeiro, Mônica Lima, enfatizou a importância do passado histórico dos negros para a construção do povo brasileiro. “É importante que a história da África e a história da cultura afro-brasileira façam parte transversalmente de todos os currículos escolares, e que essa transformação também se desborde nas universidades, preparando professores para que eles possam estimular e dar a conhecer essas histórias”, disse.
A coordenadora da UNEafro, instituição que oferece cursos pré-vestibular e Enem na periferia de São Paulo, Luana Vieira, afirma que iniciativas educacionais nesse sentido podem mudar a cultura racista e valorizar a luta contra a discriminação.
A deputada Benedita da Silva (PT-RJ) acredita que por muito tempo a historiografia brasileira ignorou o papel de africanos e seus descendentes na construção do País. “Foram quase 400 anos de famílias inteiras roubadas de seus lares e de suas culturas, e que aqui nessa terra brasileira compõem a história e a ancestralidade, e permeiam muitos traços da cultura africana como composição da base identitária do povo brasileiro”, disse.
Desde 2003, as escolas de ensino fundamental e médio devem ensinar sobre história e cultura afro-brasileira. No currículo escolar deve constar o estudo da África e dos africanos e o negros na formação da sociedade brasileira, além da comemoração do 20 de novembro, o Dia da Consciência Negra.
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